De Anselmo Borges, Corpo e Transcendência, com prefácio de Adriano Moreira uma edição Almedina, de Novembro de 2011. A 1ª edição, de 2003, foi agora ampliada num verdadeiro compêndio de filosofia da religião e de antropologia filosófica onde se avulta a sólida formação teológica e filosófica e o pensamento crítico desassombrado do professor de filosofia, padre, cronista e maître à penser de católicos de risco.
Sem comprometer o essencial da ortodoxia cristã que se respira numa fé sem dogmas, mas consciente dos limites do conhecimento e da perturbação do mistério, Anselmo Borges clama a “urgência de uma filosofia do corpo, pois foi pela redução do homem a pura subjetividade pensante, esquecendo o corpo reduzido a máquina ou prisão da alma, que a própria existência do outro se tornou duvidosa e problemática” (188). Superando conceções dualistas, materialistas e mentalistas, o autor secunda o monismo dinamicista do antropólogo filosófico cristão Pedro Laín Entralgo e olha a matéria humana como enigma-mistério, por aproximação ao cosmos, logo, como algo de dinâmico que se faz (51-53). Continuar a ler