Sessão 7 de «Páginas Tantas»: Bernardo Carvalho

Bernardo Carvalho é o convidado da sessão 7 de «Páginas Tantas», iniciativa conjunta do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e do Teatro Académico de Gil Vicente. A sessão terá lugar hoje, 2 de Julho, pelas 18h 30m, no foyer do TAGV. O painel será constituído por Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre.

Bernardo Carvalho nasceu em Lisboa em 1973.
Aos 5 anos, começou a subir à prateleira do pai para ler todos os livros de banda desenhada que encontrava.
Aos 10, atropelou uma velhota na sua bicicleta amarela e os remorsos e a culpa nunca mais o largaram.
Aos 17, os testes psicotécnicos indicaram “92% ar livre”.
Aos 19, entrou para o Curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, mas a certa altura resolveu sair (os testes psicotécnicos tinham razão).
Por essa altura fez o Curso de Desenho na Sociedade de Belas Artes.
Aos 22 anos entregava empadas em cafés numa carrinha, mas foi despedido por justa causa (“esmagamento e furto de empadas” constava no processo).
Foi assim que começou a sua carreira de desenhador.
Em 1999, fundou o Planeta Tangerina.
Desde então ganhou vários prémios:
Menção Honrosa no “Best Book Design From All Over the World” da Leipzig Foundation; “Melhor Livro Editado” no CJ Picture Book Festival da Coreia; Titan Awards; Prémio Nacional de Ilustração 2010; “Melhor Livro” Banco del Libro (Venezuela); Nomeação para a Lista de Honra do IBBY.

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Livros a apresentar na sessão 7 de «Páginas Tantas»

Ficção

● Iris Murdoch, Sob a Rede (trad. Maria de Lourdes Guimarães), Lisboa, Relógio D`Água, 2011. ISBN 9789896412418.

● Fernando Pessoa, O Mendigo e outros contos, Lisboa, Assírio & Alvim, 2012. ISBN 978-972-0-79304-1

● Fernando Pessoa, Contos Completos, Lisboa, Antígona, 2012. ISBN 978-972-608-223-1

Poesia

● Giovanni Testori, Três Prantos (Miguel Serras Pereira), Lisboa, Assírio & Alvim, 2012. ISBN 978-972-37-1622-1.

● Jorge Sousa Braga, O Novíssimo Testamento e outros poemas, Lisboa, Assírio & Alvim, 2012. ISBN 978-972-0-79303-4

Ensaio

● Hans Magnus Enzensberger, O Afável Monstro de Bruxelas (trad. Júlia Ferreira e José Cláudio), Lisboa, Relógio d’Água Editores, 2012. ISBN 978-989-641-292-0.

● Jacques Rancière, A Noite dos Proletários. Arquivos do sonho operário, Lisboa, Antígona, 2012. ISBN 978-972-608-220-0

Literatura infantil

● Manuel António Pina, O Têpluquê e outras histórias, ilustrações de Bárbara Assis Pacheco, Lisboa, Assírio & Alvim, 2012. ISBN 978-972-0-78661-6

Bernardo Carvalho na sessão nº 7 de «Páginas Tantas»

Recordamos que a sétima sessão de Páginas Tantas, a ter lugar no próximo dia 2 de Julho, no TAGV, pelas 18h 30m, terá como convidado o ilustrador, e fundador da editora Planeta Tangerina, Bernardo Carvalho (reproduzimos acima um auto-retrato do autor). Acompanhando a sessão, algumas ilustrações de Bernardo Carvalho serão expostas no foyer do teatro.

Sessão 6 de «Páginas Tantas»: Álvaro Domingues

Álvaro Domingues é o convidado da sessão 6 de «Páginas Tantas», iniciativa conjunta do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e do Teatro Académico de Gil Vicente. A sessão terá lugar hoje, 4 de Junho, pelas 18h 30m, no foyer do TAGV. O painel será constituído por Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora.

Álvaro Domingues nasceu em Melgaço, em 1959. Licenciou-se em Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, instituição na qual se doutorou em Geografia Humana em 1994. As suas áreas de interesse particular têm sido a Geografia Urbana, o Urbanismo, a Paisagem, os Territórios e as Políticas Urbanas e Culturais. É Professor Associado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e investigador do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP). Foi Professor Convidado da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de Granada e leccionou já na pós-graduação do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Recebeu o Prémio Caixa Geral de Depósitos e Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional pelo melhor trabalho nacional sobre desenvolvimento regional, publicado durante os anos 1994-1996.

Com A Rua da Estrada (Dafne, 2010) e Vida no Campo (2011) iniciou a publicação de uma tetralogia sobre o Portugal contemporâneo, centrada nas noções de «paisagem transgénica» e «desruralização», que vem tendo grande impacto público.

Livros a apresentar na sessão 6 de «Páginas Tantas»

Ficção

● Gonçalo M. Tavares, Short Movies, Lisboa, Caminho, 2011. ISBN 978-972-21-2459-1

Poesia

● Manuel António Pina, Todas as Palavras. Poesia reunida, Lisboa, Assírio & Alvim, 2012. ISBN 978-972-0-79293-8

Ensaio

●  Jacques Rancière, O Espectador Emancipado (trad. José Miranda Justo), Lisboa, Orfeu Negro, 2010 [2008]. ISBN 978-989-8327-06-2.

●  Delfim Sardo, Obras-Primas da Arte Portuguesa – Século XX – Artes Visuais, Lisboa, Athena, 2011. ISBN 978-989-31-0023-3.

● Georges Didi-Huberman, Imagens apesar de tudo, Lisboa, KKYM, 2012. ISBN 978-989-97684-1-3

Sessão 5 de «Páginas Tantas»: Jacinto Lucas Pires

© João Tuna

Jacinto Lucas Pires é o convidado da sessão 5 de «Páginas Tantas», iniciativa conjunta do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e do Teatro Académico de Gil Vicente. A sessão terá lugar hoje, pelas 18h 30m, no foyer do TAGV. O painel será constituído por Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora.

Autor de uma já vasta obra dividida pelo teatro e pela ficção, iniciada em livro em 1996 com o volume de contos Para averiguar do seu grau de pureza, Jacinto Lucas Pires tem livros e peças de teatro traduzidos em espanhol, croata, tailandês, francês, inglês, norueguês. Desde a sua estreia como dramaturgo, com Universos e Frigoríficos (1998), trabalhou com alguns dos mais relevantes encenadores portugueses. Este ano, escreveu o monólogo Adalberto Silva Silva para o ator Ivo Alexandre. Esse “espetáculo de realidade” estreou no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, no dia 23 de fevereiro.

Realizou duas curtas-metragens, Cinemaamor (1999) e B.D. (2004).

Faz parte, com Tomás Cunha Ferreira, da banda Os Quais – que lançou um Meio disco em 2009 e este ano lançará um disco inteiro chamado Pop é o contrário de pop.

Foi-lhe atribuído em 2008, pela Universidade de Bari/ Instituto Camões, o Prémio Europa – David Mourão-Ferreira.

O seu último livro foi o romance O verdadeiro ator, em 2011.

Livros a apresentar na sessão 5 de «Páginas Tantas»

Ficção

● Clarice Lispector, O Lustre, Lisboa, Relógio d’Água, 2012. ISBN 978-989-641-283-8

● Clarice Lispector, Água Viva, Lisboa, Relógio d’Água, 2012. ISBN 978-989-641-284-5

● Jorge Luis Borges, História da Eternidade, Lisboa, Quetzal, 2012. ISBN 978-972-564-992-3

● Jorge Luis Borges, O Livro de Areia, Lisboa, Quetzal, 2012. ISBN 978-972-564-993-0

Poesia

●  Edgar Allan Poe, Obra Poética Completa (tradução, introdução e notas de Margarida Vale de Gato; ilustrações de Filipe Abranches), Lisboa, Tinta da China, 2009. ISBN 978-972-8955-93-9.

Entrevista

● Carlos Vaz Marques (selecção e tradução), Entrevistas da Paris Review (2ª edição), Lisboa, Tinta da China, 2010. ISBN 978-989-671-014-9.

Ensaio

● Carlos Mendes de Sousa, Clarice Lispector. Figuras da Escrita, São Paulo, Instituto Moreira Salles, 2011. ISBN 978-85-86707-72-8

● Helena Vasconcelos, Humilhação e Glória, Lisboa, Quetzal Editores, 2012. ISBN 978-972-564-994-7.

Sessão 4 de «Páginas Tantas»: Boaventura de Sousa Santos

Como anunciámos neste blog, terá hoje lugar pelas 18h 30m, no Teatro Académico de Gil Vicente, a quarta sessão do Páginas Tantas, iniciativa conjunta do TAGV e do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra. Será nosso convidado Boaventura de Sousa Santos. O painel será constituído por Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre.

Cientista social de renome internacional, figura cimeira da teoria crítica contemporânea, fundador e director do Centro de Estudos Sociais, Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa, autor de vasta obra publicada em várias línguas e países, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, intelectual público com uma intervenção cívica já longa, Boaventura de Sousa Santos é uma daquelas pessoas de quem se pode dizer, com toda a propriedade, que dispensa apresentações.

Informamos que, a par da sessão do Páginas Tantas, o TAGV terá a partir de hoje uma pequena exposição dedicada ao nosso convidado.

Livros a apresentar na sessão 4 de «Páginas Tantas»

Ensaio

• Anselmo Borges, Corpo e Transcendência, Coimbra, Edições Almedina, 2011. ISBN 9789724046501

• Rousseau, O Contrato Social (Manuscrito de Genebra), Introdução e notas de João Lopes Alves, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2012. ISBN978-989-644-178-4

• Soren Kierkegaard, Diapsalmata, Lisboa, Assírio & Alvim, 2011. ISBN 978-972-37-1516-3

• Sousa Dias, Grandeza de Marx. Por uma Política do Impossível, Lisboa, Assírio & Alvim, 2011. ISBN 978-972-37-1612-2

Literatura de Viagens

•Almeida Faria, O Murmúrio do Mundo, ilustração de Bárbara Assis Pacheco, Lisboa, Tinta da China, 2012. ISBN 9789896711115

Poesia

Estilhaços e Cesariny, Textos e Poemas de Adolfo Luxúria Canibal e Mário Cesariny ditos por Adolfo Luxúria Canibal, Lisboa e Vila Nova de Famalicão, Assírio & Alvim / Sons e Fundação Cupertino de Miranda, 2011. ISBN 978-972-37-1618-4

Sessão 4 de «Páginas Tantas»: Boaventura de Sousa Santos

Boaventura de Sousa Santos será o convidado da sessão 4 de «Páginas Tantas». Doutorado pela Universidade de Yale (JSD, 1973), é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick.

É Director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa e membro do Núcleo Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe) do CES. É co-coordenador científico dos Programas de Doutoramento em Direito, Justiça e Cidadania no Século XXI, Democracia no Século XXI e Pós-Colonialismos e Cidadania Global.

É autor de uma vasta obra sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em espanhol, inglês, italiano, francês e alemão.

Recordamos que a sessão terá lugar no próximo dia 2 de Abril, no Teatro Académico de Gil Vicente, pelas 18h 30m.

Sessão 3 de «Páginas Tantas»: João Botelho

Como vimos anunciando neste blog, terá hoje lugar pelas 18h 30m, no Teatro Académico de Gil Vicente, a terceira sessão do Páginas Tantas, iniciativa conjunta do TAGV e do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra. Será nosso convidado o cineasta João Botelho. O painel será constituído por Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora.

João Botelho (1949, Lamego). Estudou Engenharia Mecânica na Universidade de Coimbra e, em seguida, na Universidade do Porto. Foi dirigente do CITAC e integrou a direcção de Cineclubes em Coimbra e no Porto. A partir de 1970 foi ilustrador de livros infantis e designer gráfico (A Regra do Jogo, Afrontamento, Centelha). Fez crítica de cinema na Gazeta da Semana e na revista M, de que foi fundador. Estudou na Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Inicia-se na realização com duas curta-metragens para a RTP, em 1976, e o documentário (longa-metragem) «Os Bonecos de Santo Aleixo», em 1977, para a cooperativa Paz dos Reis. Conversa Acabada, de 1980, é a sua primeira longa-metragem de ficção, a que se seguiria, em 1985, Um Adeus Português e, em 1987, Tempos Difíceis, a partir de Dickens. Autor de obra vasta e consagrada, as suas últimas longas-metragens foram A Corte do Norte (2008) e Filme do Desassossego (2010).

Recordamos que após a sessão, pelas 21h 30m, será exibido no TAGV, em cópia de 35 mm, o filme Tempos Difíceis. No final da projecção haverá um debate com João Botelho e Sérgio Dias Branco, coordenador da área de cinema da licenciatura em Estudos Artísticos da FLUC.

Poderá também ser visitada no TAGV uma exposição do trabalho de João Botelho como artista gráfico. Livros com capas suas e, nalguns casos, com capa e paginação ou capa e ilustração suas, das várias editoras para as quais trabalhou, poderão ser vistos no foyer do teatro até 2 de Abril próximo.

Livros a apresentar na sessão 3 de «Páginas Tantas»

Poesia

• Roberto Piva, Paranóia, Prefácio de Davi Arrigucci Jr, São Paulo, Editora IMS, 2009. ISBN: 9788586707407

• Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós, Rosa Maria Martelo (orgs.), Poemas com Cinema, Lisboa, Assírio & Alvim, 2010. ISBN: 978-972-37-1507-1.

• Rui Caeiro, Chama-lhe o que quiseres, Lisboa, Oficina do Cego, 2010.

• Manuel de Freitas, Isilda ou a mudez dos códigos de barras, Lisboa, Oficina do Cego, 2010.

Biografia

• Teixeira de Pascoaes, O Penitente (Camilo Castelo Branco), Lisboa, Assírio & Alvim, 2002 [1942]. ISBN: 972-37-0675-X.

Ensaio

• Leonor Areal, Cinema Português. Um País Imaginado, Coimbra, Edições 70, 20112 vols.

Prosa

• Pedro Monteiro e Rodrigo Monteiro; Tiago Albuquerque (ilustrações), Novíssimo Livro de Leitura – 1ª à 4ª Classes e Classe Operária, Coimbra, Lápis de Memórias, 2011. ISBN: 978-989-97200-3-9.

«Fury», by João Botelho


Tem já algum tempo mas vale sempre a pena ver: a fúria justiceira de João Botelho contra o bota-abaixo sistemático em relação ao cinema português (continua aqui). Quase sempre vindo de gente que ou não conhece os filmes que cá se fazem, ou acha que há apenas uma forma de os fazer: a que os Multiplexes impõem, entre as pipocas e a Coca-Cola, com o resultado desastroso que se sabe para o próprio cinema americano.

Recordamos que na próxima segunda-feira, pelas 18.30 h, João Botelho será o convidado da sessão 3 do «Páginas Tantas».

João Botelho: programa das festas

Como informámos já, em virtude de compromissos de rodagem a sessão do «Páginas Tantas» com João Botelho teve de ser adiada para o próximo dia 12 de Março, segunda-feira, pelas 18.30 h, no Teatro Académico de Gil Vicente. Contudo, já na próxima quinta-feira, dia 8 de Março, inaugurará no TAGV a exposição dedicada à obra de designer gráfico e ilustrador do nosso convidado.

No domínio do cinema, informamos que no dia 12, pelas 21.30 h, após a conversa com João Botelho, exibir-se-á no TAGV, em cópia de 35 mm, o filme Tempos Difíceis (1987), filme com o qual se assinalará também o «ano Dickens». O filme será comentado, no final, pelo realizador e por Sérgio Dias Branco.

Entretanto, nesta próxima quarta-feira, na Casa das Caldeiras, será exibido o filme O Fatalista (2005), pelas 18.30 h. Seguir-se-á um debate, no qual intervirão Marta Anacleto e Osvaldo Manuel Silvestre.

Na quarta-feira seguinte, dia 14 de Março, haverá sessão dupla na Casa das Caldeiras, com Quem és tu? (2001), pelas 18.30 h, e A Corte do Norte (2008), pelas 21.30 h.

Série Negra, versão João B.

Era assim, a Série Negra d’A Regra do Jogo, em 1979 e 1980: centrada nos clássicos do mundo do crime… As capas, resolutamente cinéfilas, são de João Botelho, aliás João B., e não andam longe dos efeitos gráficos de «Conversa Acabada», o primeiro filme do cineasta, com data de 1981. Estes e muitos outros livros «desenhados» por João Botelho estarão expostos no TAGV a partir do próximo dia 8 de Março.

Recordamos que, conforme informámos anteriormente, a sessão do Páginas Tantas com João Botelho, que estava inicialmente marcada para hoje, foi adiada para a próxima segunda-feira, dia 12, por inadiáveis compromissos de rodagem do cineasta.

Última hora: João Botelho no «Páginas Tantas» a 12 de Março

Como se pode ler em post anterior neste blog, a sessão do Páginas Tantas com João Botelho estava agendada para 5 de Março.

Informamos que por razões que se prendem com compromissos de rodagem do próximo projecto do cineasta, a sessão teve de ser transferida para a segunda-feira seguinte, 12 de Março, pela mesma hora. Em breve informaremos sobre o programa das festas no TAGV em torno da obra de João Botelho.

Sessão 2 de «Páginas Tantas»: Duarte Belo


© Duarte Belo

Como vimos anunciando neste blog, terá hoje lugar, pelas 18.30h, no TAGV, a segunda sessão do Páginas Tantas. Será nosso convidado o fotógrafo Duarte Belo. O painel será constituído por Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre.

Duarte Belo nasceu em Lisboa, em 1968. Licenciatura em Arquitetura (1991). De uma obra fotográfica documental extensa são de destacar as obras Portugal — O Sabor da Terra, em catorze volumes (1997), onde se faz uma aproximação à fixação do tempo longo em Portugal, e Portugal Património, em dez volumes (2007-2008), um inventário do património cultural e natural, em sítio, de todo o espaço português. De outros trabalhos editados em livro, mais específicos, poderíamos destacar Orlando Ribeiro — Seguido de uma viagem breve à Serra da Estrela (1999); Ruy Belo — Coisas de Silêncio (2000); O Vento Sobre a Terra — apontamentos de viagens (2002); À Superfície do Tempo — Viagem à Amazónia (2002); Território em Espera (2005); Geografia do Caos (2005); Terras Templárias de Idanha (2006); Olívia e Joaquim – Doces de Santa Clara em Vila do Conde (2007); Fogo Frio – O Vulcão dos Capelinhos (2008); Comboios de Livros (2009); desenha, produz e fotografa as ilustrações do conto O Príncipe-Urso Doce de Laranja (2009); Cidade do Mais Antigo Nome (2010); O Núcleo da Claridade – entre as palavras de Ruy Belo (2011).

Além da exposição fotográfica Palavra, Lugar, que anunciámos anteriormente, também os livros de Duarte Belo serão objecto de exposição.

Livros a apresentar na sessão 2 de «Páginas Tantas»

Ficção:
• António Lobo Antunes, Comissão das Lágrimas, Lisboa, Dom Quixote, 2011. ISBN: 9789722047951.
• Philip Roth, Némesis, Lisboa, Dom Quixote, 2011. ISBN: 9789722048040.

Poesia:
• Ruy Belo, Na Margem da Alegria. Poemas Escolhidos por Manuel Gusmão, Lisboa, Assírio & Alvim, 2011. ISBN: 978-972-37-1598-9

Fotografia:
• Duarte Belo, O Núcleo da Claridade. Entre as Palavras de Ruy Belo, Lisboa, Assírio & Alvim, 2011. ISBN: 978-972-37-1557-6

Entrevista:
• Jorge Figueira, Reescrever o Pós-Moderno, Porto, Dafne Editora, 2011. ISBN: 978-989-8217-17-2
• Marguerite Yourcenar, De Olhos Abertos. Conversas com Matthieu Galey, Lisboa, Relógio d’Água, 2011. ISBN: 978-989-641-240-1

Livro infantil:
• Isabel Minhós Martins e Yara Kono, Como é que uma galinha…, Lisboa, Planeta Tangerina, 2011. ISBN978-989-8145-34-5.

«Páginas Tantas», sessão 2: a exposição de Duarte Belo

© Duarte Belo

Como informámos antes, inaugurar-se-á na próxima segunda-feira, dia 6 de Fevereiro, uma exposição de Duarte Belo, próximo convidado do Páginas Tantas, que ficará no TAGV cerca de um mês. Reproduzimos aqui um dos dois painéis concebidos pelo fotógrafo. A exposição intitular-se-á Palavra, lugar, e pode ser visitada online. Transcrevemos em seguida o texto que Duarte Belo concebeu para a acompanhar:

A par de um levantamento fotográfico de todo o território português, foram sendo feitas fotografias, sem um propósito definido, de situações e lugares de trabalho, de todo um universo de fazeres, por vezes singulares, que sustentam as imagens, os discursos e os diálogos sobre as paisagens. É uma fracção desse mundo que aqui está em confronto próximo com os territórios mais afastados registados, ora sob um sol intenso, ora em fuga do tempo agreste dos invernos nevados das terras altas. Palavra é uma síntese possível da génese de um processo de comunicação pela imagem fotográfica e o relato do habitar os espaços de ausências humanas. Lugar é a construção de um novo espaço, entre o real e o imaginário, entre a maior cidade e o mais longínquo deserto.

«Páginas Tantas», sessão 2 com Duarte Belo

© Duarte Belo

A propósito da segunda sessão do Páginas Tantas, que terá como convidado Duarte Belo, chamamos a atenção para a exposição de fotografias do autor que o TAGV exibirá, a partir do dia 6 de Fevereiro. Reproduzimos uma das fotos da exposição.

«Páginas Tantas», sessão 2 com Duarte Belo

© Duarte Belo [óculos de mergulho de Ruy Belo]

No próximo dia 6 de Fevereiro, segunda-feira, pelas 18.30h, terá lugar no Teatro Académico de Gil Vicente a segunda sessão do Páginas Tantas. O convidado será Duarte Belo, autor de uma vasta e importante obra na fotografia portuguesa contemporânea. Chamamos a atenção para a exposição de fotografias de Duarte Belo que o TAGV exibirá, a partir do dia 6 de Fevereiro e durante um mês.

«Páginas Tantas», sessão 2, com Duarte Belo

© Duarte Belo [máquina de escrever de Ruy Belo]

No próximo dia 6 de Fevereiro, segunda-feira, pelas 18.30h, terá lugar no Teatro Académico de Gil Vicente a segunda sessão do Páginas Tantas. O convidado será Duarte Belo, autor de uma vasta e importante obra na fotografia portuguesa contemporânea. Chamamos a atenção para a exposição de fotografias de Duarte Belo que o TAGV exibirá, durante algumas semanas.

Os nossos convidados até Julho

O TAGV criou na sua programação um espaço intitulado «Fórum. Debate e Espaço Público», que integra de momento o Páginas Tantas e uma outra iniciativa, de responsabilidade do centro de Documentação 25 de Abril, da Universidade de Coimbra, intitulada «O segundo século XX». Pode ver neste flyer a programação de ambas as iniciativas até Julho.

Livros a apresentar na primeira sessão do «Páginas Tantas»

Ficção:
• Fernando Campos, A rocha branca. Carnaxide, Editora Objectiva (Alfaguara), 2011. ISBN 978-989-672-111-4
• Michel Houellebecq, O mapa e o território, Tradução de Pedro Tamen, Carnaxide, Editora Objectiva (Alfaguara), 2911. ISBN 978-989-672-103-9
• Robert Littell, O Epigrama de Estaline, Porto, Civilização, 2011. ISBN 978-972-26-3321-5

Poesia:
• Manuel António Pina, Como se desenha uma casa, Lisboa, Assírio & Alvim, 2011. ISBN978-972-37-1616-0

Ensaio:
• Frei Fernando Ventura e Joaquim Franco, Do eu solitário ao nós solidário, Lisboa, Verso de Kapa, 2011. ISBN 978-989-8406-20-0
• Jorge Seabra, África Nossa. O Império Colonial na Ficção Cinematográfica Portuguesa 1945-1974, Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011. ISBN 978-989-26-0104-5

Biografia:
• Ricardo Alexandre, João Aguardela. Esta Vida de Marinheiro, Vila do Conde, Quidnovi, 2011. ISBN 978-989-554-870-5

Design:
• Victor 
Palla, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, Coleção design de comunicação / communication design, 2011. ISBN 978-972-27-1970-4

Literatura infantil / ilustração:
• Danil Harms, Esqueci-me como se chama, Ilustrações de Gonçalo Viana, Figueira da Foz, Bruaá, 2011. ISBN 978-989-8166-13-5
• Kazumi Yumoto e Komako Sakai, O Urso e o Gato Selvagem, Figueira da Foz, Bruaá, 2011. ISBN 978-989-8166-08-1

Um outro excerto de «O Retorno» de Dulce Maria Cardoso

É hoje. Hoje é o dia da independência de Angola. Angola acabou, a nossa Angola acabou. Não sei para que estou a olhar para a televisão, não sei por que estou aqui.

Os homens têm os fumos por cima dos casacos, uma ideia do Pacaça que diz, estou de luto, hoje morreu-me a minha terra, hoje tornei-me um desterrado, vivemos na certeza de que a terra onde enterramos os nossos mortos será nossa para sempre e que também nunca faltará aos nossos filhos a terra onde os fizemos nascer, vivemos nessa certeza porque nunca pensamos que a terra pode morrer-nos, mas hoje morreu-me a minha terra, hoje morreram os meus mortos e os meus filhos perderam a terra onde os fiz nascer, os meus desterrados como eu. O Pacaça cala-se e começa a falar o Sr. Belchior, estou de luto pela terra onde fui gente, antes de ir para lá era uma barriga inchada de fome e uma cabeça cheia de piolhos.

Dulce Maria Cardoso, O Retorno, Lisboa, Tinta-da-China, 2011, p. 154.

Um excerto de «O Retorno» de Dulce Maria Cardoso

Sundu ia maié, sundu ia maié, puta que a pariu. Vou dar pontapés em todas as portas até chegar ao pátio do recreio, a puta da professora mandou-me para a rua com uma falta a vermelho mas eu vingo-me, quero lá saber que as contínuas refilem, ó menino isto aqui não é a selva, não é como lá donde vens, aqui há regras, sundu ia maié, estamos a avisar-te menino, abro o peito e dou um pontapé noutra porta, conhecem-me de algum lado, olho as velhas bem de frente para lhes mostrar que não tenho medo, abro as narinas como o Pacaça diz que todos os animais fazem antes de atacar, as velhas recuam com as batas cinzentas e as varizes enfiadas nas meias elásticas, lá podias andar montado nos leões mas aqui tens de ter modos, as velhas refilam mas nem tentam impedir-me, têm medo de mim, passo pela cantina e dou um murro no carro dos tabuleiros, só me falta bater com a mão no peito para verem que acompanhava mais com os macacos do que com os leões, as velhas até saltam com o estrondo que o carro dos tabuleiros fez, se querem dizer mal dos retornados vou dar-lhes razões.

A puta da professora, um dos retornados que responda, como se não tivéssemos nome, como se já não nos bastasse ter-nos arrumado numa fila só para retornados. A puta a justificar-se, os retornados estão mais atrasados, sim, sim, devemos estar, devemos ter ficado estúpidos como os pretos, e os de cá devem ter aprendido muito depois da merda da revolução, se for como em tudo o resto devem ter tido umas lindas aulas.

Dulce Maria Cardoso, O Retorno, Lisboa, Tinta-da-China, 2011, pp. 139-140.

Um outro excerto de «O chão dos pardais» de Dulce Maria Cardoso

― Cuidado – disse a Clara apontando para a faca -, faz mal.

Apesar do sorriso, a voz de Elisaveta foi tão fria quanto a lâmina da faca onde Clara passava o indicador direito. Talvez tenha sido por isso que Clara passou o dedo com mais força. Sentia Elisaveta cada vez mais distante. E tinha sido culpa dela. Clara sabia que ajudar era o mesmo que querer negociar, trocar, permutar. E isso era verdade em qualquer língua porque era verdade no entendimento de qualquer humano. Quero ajudar-te queria dizer estou disposto a dar-te uma coisa de que posso prescindir e a receber em troca uma coisa que me faz falta. Chamava-se ajuda porque uma das partes estava impedida de negociar. Precisar de ajuda queria dizer, em qualquer língua, não poder recusar o que é oferecido e ter de dar o que é pedido.

Dulce Maria Cardoso, O Chão dos Pardais, Porto, Asa, 2009, p. 101.

Um excerto de «O chão dos pardais» de Dulce Maria Cardoso

Transcrevemos, neste e noutros posts próximos, alguns dos excertos da obra de Dulce Maria Cardoso que foram seleccionados para exposição no TAGV:

Estava no quarto do filho, sentada na cama, agarrada à urna que tinha cinzas do filho. O filho tinha voltado ao tamanho em que ela o podia segurar inteiro, em que lhe cabia no colo. Se quisesse podia embalá-lo. Ainda era mãe. Não havia nome para o que se tinha tornado. Nunca haveria. Se houvesse isso quereria dizer que era possível que os filhos morressem, o que não podia acontecer. Nunca. Como os filhos não podem morrer, não pode haver nome para quem perde um filho. Os filhos têm de sobreviver às mães e aos pais que os embalaram como agora a mãe embala a pequena urna. Está muito cansada, mas continua. Não sabe onde pousar a pequena urna que guarda as cinzas do filho. Como a pousar. Como sequer olhar para a pequena urna. A pequena urna cor de vinho é pesada de mais para o tamanho que tem. A tampa também é dourada de mais. Não para o tamanho. Em absoluto. Mas é verdade que a urna tem um aspecto digno. O dono da agência funerária tinha razão.

Dulce Maria Cardoso, O Chão dos Pardais, Porto, Asa, 2009, p. 168.

Dulce Maria Cardoso

Dulce Maria Cardoso será a primeira convidada do programa Páginas Tantas, no próximo dia 9 de Janeiro, pelas 18 h 30 m, no Teatro Académico de Gil Vicente.

Dulce Maria Cardoso (Trás-os-Montes, 1964) publicou em 2001 o seu romance de estreia, Campo de Sangue, Grande Prémio Acontece, escrito na sequência de uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura. Desde então publicou os romances Os Meus Sentimentos (2005), Prémio da União Europeia para a Literatura, e O Chão dos Pardais (2009), Prémio Pen Club. Uma antologia de contos, Até Nós, foi publicada em 2008. A sua obra encontra-se traduzida em várias línguas e está publicada numa dezena de países (nomeadamente Brasil, Argentina, França, Itália e Holanda), sendo estudada em diversas universidades. Estão em curso propostas de adaptação cinematográfica de alguns dos seus contos e romances. O Retorno (2011), seu último livro, aborda a grande migração dos «retornados» de África na sequência da descolonização de 1974-1975, e teve um acolhimento francamente elogioso por parte da crítica.

O painel do programa será constituído, nessa primeira sessão, por Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre.